JESUS CRISTO.
O CHAMADO DE AMÓS
"Então, Amazias, o sacerdote de Betel, mandou dizer a Jeroboão, rei de Israel: Amós tem conspirado contra ti, no meio da casa de Israel; a terra não pode sofrer todas as suas palavras. Porque assim diz Amós: Jeroboão morrerá à espada, e Israel, certamente, será levado fora de sua terra, em cativeiro. Então, Amazias disse s Amós: Vai-te, o vidente, foge para a terra de Judá, e ali come o teu pão, e ali profetiza; mas em Betel, daqui por diante, já não profetizarás, porque o santuário do rei e o templo do reino. Respondeu Amós e disse a Amazias: Eu não sou profeta, nem discípulo de profeta, mas boieiro e colhedor de sicômoros. Mas o SENHOR me tirou de após o gado e o SENHOR me disse: Vai e profetiza ao meu povo de Israel. Ora, pois, ouve a palavra do SENHOR. Tu dizes: Não profetizaras contra Israel, nem falarás contra a casa de Isaque. Portanto, assim diz o SENHOR: Tua mulher se prostituirá na cidade, teus filhos e tuas filhas cairão a espada, e a tua terra será repartida a cordel, e tu morrerás na terra imunda, e Israel, certamente, será levado cativo para fora da sua terra. Amós 7.10-17".
INTRODUÇÃO
No
oitavo século a.C. Tanto em Judá quanto em Israel, vivia-se uma prosperidade e
otimismo sem paralelos. A religião florescia; pessoas lotavam os festivais
anuais, sacrifícios eram feitos e parecia que DEUS estava satisfeito. Mas
os ricos roubavam os pobres; a corrupção crescia e a justiça havia sido
esquecida. Os cultos tinham virado ritualismo misturado às práticas dos
vizinhos pagãos. Nesse contexto, as palavras de Amós irrompem sobre Israel, o
reino do Norte, com todo o terror e a surpresa de um rugido de leão. Em cinco
breve visões e oráculos curtos, Amós viu e ouviu o fim de tudo isso. DEUS
estava prestes a dar um vigoroso "NÃO" a Israel, e Amós, seria o seu
porta voz.
1 - OBEDIÊNCIA AO
CHAMADO
Amós
trabalhava como criador de gado e coletor de sicômoros na cidade de Tecoa, a 10
km ao sul de Belém, em Judá, quando recebeu um chamado divino especial. Um
homem ocupado e próspero foi separado de seus interesses seculares para
realizar uma missão entre os israelitas, o rebanho de DEUS, que se encontrava
errantes e pecaminoso.
Amós não
era profeta por profissão, nem se nomeava ele próprio como tal; não tinha
também ambições ou planos de realizar uma carreira como profeta. Sua vida e
atenções estavam dirigidas para um trabalho secular, trivial, de natureza
rural. De fato, parece que o ministério de Amós foi breve, tendo apenas uma
missão, por alguns dias. Por outro lado, ele afirma que foi o SENHOR quem tirou
do meio do gado e o comissionou com uma mensagem.
Quando
se defendia de Amazias, o sacerdote do rei Jeroboão 2, que queria convencê-lo a
voltar à sua terra e deixar de lado sua missão profética, pois sua presença e
mensagem incomodavam em extremo ao reinado e ao sacerdócio daquela época, Amós
coloca todo seu argumento sobre o simples fundamento da obediência ao chamado
de DEUS. Contra a tentativa de Amazias de desacreditar seu ministério, ele
responde que tem autoridade da vocação e a posse de uma palavra vinda de DEUS
para falar: "Vai e profetiza ao meu povo de Israel". Amós demonstrou
não estar ali por preferência, mas por obediência.
O que
Amós de fato procura deixar claro a Amazias é que ele não é, nem nunca foi
profeta no sentido que Amazias entende a palavra, um profeta com um cargo
permanente, ligado a um santuário ou a uma corporação de profetas. Qualquer
profeta que ele faça vem por dádiva divina, não por um cargo formal ou mesmo
por inclinação pessoal "Rugiu o leão, quem não temerá? Falou o SENHOR
DEUS, quem não profetizará? Amós 3.8". Amós sustenta que ele não pode profetizar a Israel, pois está preso a uma ordem do próprio SENHOR.
Na Bíblia
(A PALAVRA DE DEUS) vemos outros chamados divinos em que DEUS tira homens e
mulheres comuns de suas atividades corriqueiras para torná-los instrumentos de
sua vontade. Em Êxodo 3 vemos outro homem que cuidava de gado ser chamado por
DEUS: Moisés; outros tiveram outros chamados. "E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei
pescadores de homens. Mateus 4.19" foram pescadores; em Atos "Mas o
SENHOR lhe disse: Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para
levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de
Israel. Atos 9.15" vemos um terrível perseguidor da Igreja tornando-se um
"INSTRUMENTO ESCOLHIDO" para pregar o evangelho. Assim, DEUS, com seu
poder, pode fazer de qualquer um que queira, um instrumento nas suas mãos.
Neste caso, precisamos estar atento ao seu chamado, e assim como Amós, estar
prontos a obedecê-lo. DEUS nunca vê a experiência como o fator mais importante
para lhe chamar a um certo lugar na vida.
2 - LEALDADE A TODA
PROVA
Não há
serviço prestado a DEUS sem oposição, sem perseguição e sem provação. Esta
verdade está presente na história de Amós, que se depara com duras provas
durante seu curto ministério.
Nessa jornada profética, Amós confrontou-se
diretamente com a alta sociedade de sua época e o poder dominante, que,
ameaçados, desejavam calar a voz divina. Todavia, assim como Pedro e João
perante o Sinédrio “Trouxeram-nos, apresentando-os ao Sinédrio. E o sumo
sacerdote interrogou-os, dizendo: Expressamente vos ordenamos que não
ensinásseis nesse nome; contudo, enchestes Jerusalém de vossa doutrina; e
quereis lançar sobre nós o sangue desse homem. Então, Pedro e os demais
apóstolos afirmaram: Antes, importa obedecer a DEUS do que aos homens. Atos
5.27-29”, Amós permaneceu firme e fiel perante as ameaças sofridas.
A primeira provação sofrida por Amós foi a
deturpação de suas palavras “Então, Amazias, o sacerdote de Betel, mandou dizer
a Jeroboão, rei de Israel: Amós tem conspirado contra ti, no meio da casa de
Israel; a terra não pode sofrer todas as suas palavras. Porque assim diz Amós:
Jeroboão morrerá à espada, e Israel, certamente, será levado fora de sua terra,
em cativeiro. Amós 7.10-11”. Amazias, o sacerdote de Jeroboão 2, apresenta a
mensagem de Amós de tal maneira que transmite uma impressão totalmente falsa
desse homem, de sua mensagem e de suas motivações. Suas palavras foram distorcidas
a ponto de ser acusado de traição e conspiração. Essa situação foi mais tarde
apontada pelo SENHOR JESUS como razão da vitória cristã “Bem-aventurado sois
quando, por minha causa, vos injuriarem, e, mentindo, disserem todo mal contra
vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois
assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós. Mateus 5.11-12”. Essas
palavras são uma advertência do que temos de nos dispor a enfrentar ao servir
ao DEUS altíssimo; portanto estejamos alertas “Amados, não estranheis o fogo
ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma cousa
extraordinária vos estivesse acontecendo; pelo contrário, alegrai-vos na medida
em que sois coparticipantes dos sofrimentos de CRISTO, para que também, na
revelação de sua glória, vos alegreis exultando. Se, pelo nome de CRISTO, sois
injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o ESPÍRITO da glória
de DEUS. 1 Pedro 4.12-14”.
A segunda prova foi à tentação. Desta vez Amazias
colocou em xeque as motivações de Amós quanto à sua missão profética. Primeiro
ele é tentado a agir em interesse próprio. As palavras hebraicas vão e fogem “Então,
Amazias disse s Amós: Vai-te, o vidente, foge para a terra de Judá, e ali come
o teu pão, e ali profetiza. Amós 7.12” incluem uma ênfase implícita: “PARA TEU
PRÓPRIO BEM”, dando a entender que, em caso contrário, uma coisa desagradável aconteceria a ele. Ele também é
tentado pelo seu conforto: E ali come o teu pão. Amazias está certo que Amós
está trabalhando por dinheiro e que, portanto, deveria procurar seu ganha-pão
em sua própria terra, em Judá, onde não encontraria perseguição.
Amós tinha uma vocação divina que tinha de
obedecer, uma palavra de DEUS a falar, uma obra de DEUS a executar. Foi isto
que manteve o homem de DEUS firme no momento da provação: Estava ali por
decreto divino.
Com que frequência servos de DEUS são
derrubados com o aparecimento de dificuldades e oposição. Ficam tristes quando
deveriam se regozijar por terem a honra de sofrer por CRISTO. As Escrituras são
suficientemente explícitas para que não estranhemos o fogo ardente que surge em
nosso meio destinado a nos provar, por isso permaneçamos firmes em nossa FÉ.
3 – FIDELIDADE À
PALAVRA DE DEUS
O terceiro aspecto importante neste retrato
de Amós é que ele permaneceu fiel à palavra de DEUS. Amazias dissera: “Em
Betel, daqui por diante, já não profetizarás”, e Amós responde: “Ora, pois,
ouve a palavra de SENHOR” (Amós 7.16-17). Ele torna o assunto ainda mais
enfático, repetindo as palavras de Amazias: “Tu dizes: Não profetizarás contra
Israel... Portanto, assim diz o SENHOR...”. Amós foi fiel às suas palavras
anteriores: “falou o SENHOR DEUS, quem não profetizará? Amós 3.8”. A ira do
homem não pode impedir os propósitos eternos de DEUS.
As profecias de Amós não foram bem aceitas,
pois eram palavras duras de julgamento, mas ele expressavam a verdade,
revelavam a imundície por detrás de toda
a prosperidade vivida naqueles dias em Israel: Corrupção, abuso de
poder, abandono dos pobres, paganismo, afastamento de DEUS, ETC. Sua mensagem,
como podemos ver, continua tendo grande relevância para os nossos dias.
“Prepara-te, ó Israel, para te encontrares
com o teu DEUS. Amós 4.12”. Amós estava certo de que o julgamento divino viria
sobre todos, e para cada um deles. Assim, toda a nação deveria estar pronta
para esse momento. Da mesma forma, não podemos desprezar o mesmo alerta bíblico
ecoado em Paulo: “... importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de
CRISTO, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio
do corpo. 2 Coríntios 5.10”.
Não importa se o Amazias deste mundo dizem: “NÃO
PROFETIZARÁS”, ou, nas palavras de hoje: “NÃO PREGUES A PALAVRA”. A resposta
tem de ser sempre a mesma: “ASSIM DIZ O SENHOR”. O homem de DEUS sujeita-se
fielmente à sua palavra, não obstante o grande desconforto e incômodo que essa
mensagem possa trazer aos seus ouvintes, levando-os, até mesmo, a perseguir o
mensageiro.
Assim, os pastores devem pregar aquilo que
suas ovelhas precisam ouvir, e não o que desejam ouvir “Curam superficialmente
a ferida do meu povo, dizendo: Paz; quando não há paz. Jeremias 6.14”. A igreja
de CRISTO deve proporcionar a mensagem pura do evangelho, sem atenuar suas
cores vibrantes, ou suavizar aquilo que fere os ouvidos de nossa sociedade
pós-moderna. Pecado é pecado e deve ser tratado como tal.
Vivemos em um mundo que já não suporta a sã
doutrina, mas busca insaciavelmente novidades. Há coceiras nos ouvidos. Muitos
dos cultos realizados nas Igrejas hoje são apenas figuras descaracterizadas da
verdadeira adoração. A pregação da palavra deixou de ser o centro desse culto;
o ensino bíblico perdeu lugar as experiências carismáticas ou para festivais
musicais; em lugar de DEUS, O HOMEM TORNOU-SE O FOCO PRINCIPAL DESSE TIPO DE
CULTO.
Precisamos voltar às SAGRADAS ESCRITURAS,
como fez a reforma do século 16. Onde a lei de DEUS é esquecida, a criatividade
humana toma lugar, criando sua própria religião.
CONCLUSÃO
Abuso de poder no âmbito social e as
concessões ao pagamento no âmbito religioso eram os dois pecados dominantes que
Amós denunciava. Chamado para ser o porta-voz de DEUS, negou-se a se calar
diante das ameaças que sofreu. Foi obediente ao chamado divino, mesmo tendo uma
tarefa incômoda. Foi fiel ao conteúdo de sua mensagem, apresentando-o todo.
APLICAÇÃO
Você está contente em participar de cerimônias
religiosas ou valoriza a obediência à palavra, combatendo o mundanismo e a
injustiça? Reconhece o chamado de DEUS para ser porta-voz no local em que ele o
colocou? Ou deixa essas preocupações com os “PROFISSIONAIS?”
DIÁCONO: LUIZ MARIANO SIQUEIRA
LIÇÃO Nº 07 REVISTA NOSSA FÉ
NUVEM DE TESTEMUNHO
SALGUEIRO-PERNAMBUCO 05/02/2016
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