"Ou o que exorta faça-o com dedicação; o que
contribui com liberalidade; o que preside, com diligência; quem exerce
misericórdia, com alegria. Romanos 12.8"
"Todo homem seja sujeito às
autoridades; porque não há autoridade que não proceda de DEUS; e as autoridades
que existem foram por ele instruídas. Romanos 13.1"
"A uns estabeleceu DEUS na igreja,
primeiramente, apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar,
mestres; depois, operadores de milagres, depois dons de curar, socorros,
governos, variedade de línguas. 1 Coríntios 12.28"
INTRODUÇÃO
Será que a demonstração de misericórdia ou a
atenção cuidadosa com os visitantes na igreja tem a ver com o exercício dos
dons espirituais? Se liderança é um dom, por que há tantos líderes natos que
não são cristãos? O que qualifica e descreve a liderança como um dom
espiritual? procuraremos responder perguntas como estas nessa lição, ao estudarmos
sobre os dons de MISERICÓRDIA, HOSPITALIDADE e LIDERANÇA. Como
entender a operação desses dons, sabendo que os mesmos também indicam virtudes
esperadas na vida dos cristãos? Qual a diferença entre a prática das virtudes
equivalentes e o desenvolvimento de tais dons? estas são outras questões
levantadas, para as quais daremos as respostas baseadas na Bíblia Sagrada.
1 - DOM DE MISERICÓRDIA
O primeiro dom que vamos estudar nessa lição
é o DOM DE MISERICÓRDIA.
Ele é o último dom citado por Paulo em sua lista aos romanos (Romanos 12.8), e vem
acompanhado de uma exortação, que ele faz aos coríntios, de que a misericórdia
deve ser exercida com alegria. Ora, esta exortação é dirigida aos cristãos de
Roma porque o exercício da misericórdia corresponde à dor e ao sofrimento do
próximo, que abatido pelas circunstâncias difíceis, precisa de
encorajamento. Por isso, DEUS dotou algumas pessoas de maior sensibilidade e
sabedoria para agir nesses momentos.
A - USO BÍBLICO DA PALAVRA MISERICÓRDIA
A palavra original para a nossa tradução de
misericórdia, em Romanos 12.8, aparece 78 vezes no Novo Testamento, sendo
escritas nas cartas de Paulo 26. Primeiramente. a Igreja foi alvo da eterna
misericórdia de DEUS, motivo pelo que ela teve seus pecados perdoados e veio a
se tornar seu povo peculiar (Ver Romanos 9.23: 15.9; Tito 3.5, etc.). Essa mesma
Igreja, segundo a misericórdia que recebeu, deve exercê-la alegremente para
consolar e aliviar o sofrimento dos irmãos em seus dias difíceis, e também os
incrédulos que não conhecem o AMOR divino. Portanto, Paulo exorta a Igreja a
transmitir a mesma misericórdia recebida. Paulo e os demais autores das cartas
usam a palavra misericórdia como uma expressão terapêutica de DEUS na Igreja,
uma expressão ratificadora do verdadeiro discipulado. (Veja 2 Timóteo 1.16; Tiago 2.13;
Jd 2).
B - A MISERICÓRDIA COMO UM DOM ESPIRITUAL
O cristão que possui o dom espiritual de
misericórdia é capacitado por DEUS para suprir as necessidades do próximo em
seus sofrimentos. Esse dom é de operação "VIP", porque vincula o MISERICORDIOSO, diretamente, à
realidade particular daquele que sofre. O crente dotado de AMOR participa e
sofre juntamente com o irmão.
C - RECONHECENDO O DOM DE MISERICÓRDIA
Os cristãos que possuem o dom de
misericórdia se identificam naturalmente com as pessoas que estão aflitas,
sofrendo com os seus problemas. Motivados por este quadro tendem a demostrar
compaixão por meio de atitudes concretas de AMOR, mas do que o normal. O seu
desejo é o de que as mágoas das pessoas sejam curadas ao seu pleno bem-estar.
todos são chamados a exercer misericórdia (Romanos 12.15; Hebreus 13.1-3), contudo aqueles irmãos que possuem tal dom se destacam na
sua sensibilidade e habilidade, acima do comum, de consolar os abatidos, o que
não eliminar a responsabilidade geral desta prática: "Bem-aventurados
{são} os misericordiosos, porque alcançaram misericórdia. Mateus 5.7".
2 - DOM DE HOSPITALIDADE
O segundo dom espiritual de apoio que vamos estudar é O DOM DE HOSPITALIDADE, um dos poucos que não aparecem nas listas básicas de dons espirituais, mas se encontra descrito nas páginas da Bíblia. A naturalidade que alguns irmãos beneficiam outros pela prática da hospitalidade confirma-o como sendo um dom. Ele também está essencial e profundamente relacionado às realidades individuais e não tanto às coletivas, à semelhança do dom de misericórdia. O exercício pleno desse dom, como se pode perceber, depende muito da cooperação e da boas vontade dos demais membros do lar.
numa família, um visitante não pode ser bem
recebido a não ser que haja o consentimento pleno de todos os membros da casa.
Há que se estudar muito bem cada caso. Pessoas que necessitam de hospedagem,
por outro lado, não expirarão confiança por causa de alguma atitude incoerente
ou por causa de um histórico de vida duvidoso. isso não deixará um pai de
família tranquilo para receber o estranho em sua casa. A piedade deve vir de
prudência. A Bíblia nos orienta e nos afastarmos de algumas pessoas (Leia Salmo 1.1; Provérbios 1.10-19; 13.20).
Mas, havendo plena segurança, não podemos
deixar passar oportunidade de fazer o bem ao próximo. A alma generosa será
recompensada por DEUS (Leia Provérbios 11.24-25). O escritor de Hebreus declara:
"Não negligencieis a hospitalidade, pois alguns, praticando-a, sem o saber
acolheram anjos. Hb 13.2".
A - USO BÍBLICO DA PALAVRA HOSPITALIDADE
A ideia bíblica que está por trás da prática
da hospitalidade é de uma calorosa e amorosa acolhida. DEUS mesmo fez isso
conosco, recebendo rebeldes como nós como seus filhos (Romanos 5.8), conforme a
parábola da grande ceia (Lucas 14.15-24). O SENHOR JESUS lamenta profundamente ao
ser rejeitado pelos habitantes de Jerusalém (Lucas 13.34), ou mesmo quando ele
acolhia pecadores marginalizados, transformando ambientes repletos de
publicanos em lugar de Salvação e demonstração da misericórdia divina (Ver Mateus 9.10-13: Lucas 19.1-10).
Biblicamente, a hospitalidade expressa o
aconchego fraternal, a atenção, o carinho e a sensação de "LAR, DOCE
LAR" que os cristão encontram no seio da igreja. O mesmo AMOR se estende
aos perdidos quando chegam a uma igreja. Ali é o lugar onde eles devem
experimentar a sensação mais surpreendente de hospitalidade como não
encontrarão mais em lugar algum.
Uma Igreja cristã saudável haverá de zelar
não apenas pela sã doutrina, mas também pela legítima expressão de AMOR para
com o próximo, que é a recepção afetuosa e sincera (Romanos 12.13; Hebreus 13.1-2).
Acolher alguém não pode ser tido como um fardo, mas como um privilégio, uma
oportunidade de cumprir a vontade de DEUS (1 Pedro 4.9).
A prática hospitaleira é tão importante que
é uma das características que se espera de um presbítero da igreja (1 Timóteo 3.2;
Tito 1.8), visto que o mesmo exerce um papel de liderança paterna e pastoral à
semelhança de CRISTO, conforme Paulo: "Portanto, acolhei-vos uns aos
outros, como também CRISTO nos acolheu para a glória de DEUS. Romanos
15.7".
B - A HOSPITALIDADE COMO UM DOM ESPIRITUAL
Diferenciando-se da prática comum e mediana,
o cristão que possui o dom espiritual da hospitalidade é motivada e capacitado
por DEUS para suprir a necessidade que o outro tem de ser recebido. Não se
trata tão-somente de hospedar pessoas em casa, mas, sobretudo, de proporcionar
as pessoas o sentimento de ser amada, procurando, por todos os meios possíveis,
que o hóspede sinta o carinho e o afeto típicos de um bom e santo
relacionamento familiar cristão.
C - RECONHECENDO O DOM DE HOSPITALIDADE
Os cristãos que possuem o dom espiritual de
hospitalidade tentem a abrir o seu lar de bom grado, sentindo-se privilegiados
por acolher pessoas em sua casa e, caso não possam fazer isso, procuram meios
para tal. A pessoa verdadeiramente acolhedora se preocupa mais com o bem-estar
do seu hóspede do que com o seu próprio.
Todavia, essa acolhida há de ser natural,
pois o desejo de recepcionar deve ser natural, pois o desejo de
recepcionar deve ser mais forte do que o de impressionar, que leva a pessoa a não
se preocupar tanto com luxos frívolos. O cristão HOSPEDEIRO se preocupa
bastante com o visitante da igreja, apenas quer recebê-lo bem.
Do mesmo modo ele se angustia procurando
todos os meios para acolher aqueles irmãos distantes de sua família ou ainda
com os que se sentem desamparados. O acolhedor oferece sua casa como um ponto
de apoio. Por receber tão familiarmente outras pessoas, o crente pode ser
acusado de desleixado, informal ou até mesmo "OFERECIDO", pois
frequentemente, acaba se tornando o hospedeiro "OFICIAL" da
igreja, acolhendo em sua casa, pregadores, missionários e obreiros em geral! No
entanto, atitudes e julgamentos assim não podem ocorrer numa igreja que se
preocupa com o bem-estar dos irmãos.
3 - DOM DE LIDERANÇA
O terceiro dom é o DOM DE LIDERANÇA. Este dom aparece descrito na lista de Romanos 12.8 e segue acompanhada da exortação daquele que preside (lidera), que deve presidir com dedicação, pois certamente se trata de uma prática que, embora necessária, não é fácil de desempenhar a quem executa não pode estar desatento.
A ideia associada à palavra presidência ou
liderança remete a quem se levanta sobre outras pessoas para orientá-las
naquilo que não enxergam por si próprias. Trata-se de um guia, um líder que
haverá de apontar o caminho por onde os seus liderados passarão. São pessoas
que veem melhor que as demais, que desviam seus liderados dos
"BURACOS" do caminho.
Conquanto as figuras de chefes e autoridade
estejam naturalmente associadas ao líder, esta liderança indicada e capacitada
pelo dom espiritual esta relacionada não a uma imposição ou jugo, mas a um
serviço, um auxilio que aponta o caminho a seguir e o lugar para onde ir. É uma
função de servo na condução dos demais que, naturalmente, o reconhecerão como
líder. Não se trata, portanto, de um cargo ou função eletiva ou espiritual, mas
de uma disposição interna de serviço e de capacitação de vislumbrar o que
outros não conseguem.
A - USO BÍBLICO DA PALAVRA LIDERANÇA
A ideia bíblica de liderança começa com o
próprio DEUS como líder maior do seu povo (Salmo 32.8) e o seu FILHO JESUS
CRISTO como Pastor e Líder a quem suas ovelhas seguem ao reconhecerem a voz de
comando (João 10.27). Também o ESPÍRITO SANTO é apresentado como quem guia a
igreja em toda a verdade (João 16.13). Ora todas essas indicações do próprio
DEUS, como Líder do seu povo, apenas reforçam a ideia de que o apóstolo Paulo
trata sobre liderança no texto citado.
Ele se refere àqueles a quem o governo da
Igreja é confiado, apontando para os antigos anciões do Antigo Testamento que
exerciam disciplina sobre o povo, endireitando-lhe o caminho ruma à
vontade divina. São necessárias a prudência e a diligência nesse exercício, por
que é a rota da caminhada da igreja que está em questão.
Quando falta orientação e firme condução, a
igreja fica a mercê dos perigos e tentações externos. Os líderes (PASTORES) são
aqueles que: "Trabalham entre vós e os que vos presidem no SENHOR e vos
admoestam. 1 tessalonicenses 5.12". A igreja deve tê-los em alta
consideração: "Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos pregaram a
palavra de DEUS; e considerando atentamente o fim de sua vida, imitai a FÉ que
tiveram. Hebreus 13.7".
A igreja sempre estará passiva aos desvios e
apostasias (Veja 1 Timóteo 1.3-7; 2 Timóteo 2.16-19), mas sob uma liderança
fiel ela fica segura (Veja 1 Timóteo 4.6,11,13; 6.17; 2 Timóteo 2.14; Tito 1.5;
2.1-10; 3.1, 9-11; 1 pedro 5.2-3). O líder cristão é o servo que leva a maior
carga.
B - A LIDERANÇA COMO UM DOM ESPIRITUAL
O cristão que possui o dom espiritual de LIDERANÇA comumente tem
muito claro em sua mente e coração a rota bíblica pela qual ele deve conduzir o
grupo a alcançar a glória de DEUS. Ele tem a capacidade de comunicar seus
propósitos às pessoas e conduzi-las segundo os princípios bíblicos, motivando e
mobilizando os irmãos voluntária e harmoniosamente em prol do Reino de DEUS,
dando o melhor de si.
Em virtude dessa forte característica de
liderança produzida pelo ESPÍRITO SANTO, o cristão é tentado a cooperar somente
quando está liderando e, muitas vezes, nem chega a perceber a necessidade que
tem de auxiliares práticos, pessoas a seu lado, para ajudá-lo. Assim como pode
decepcionar quem lhe confia a tarefa de organização e administração, o que
normalmente não sabe fazer bem.
C - RECONHECENDO O DOM DE LIDERANÇA
O cristão possuidor deste dom espiritual de
apoio é fortemente motivado a assumir a liderança de um grupo carente de
direção. Ele atua como um imã atraindo outros que, espontaneamente, o aceitam
como um líder. Ele se responsabiliza por outras pessoas, preocupado em
ajudá-las a descobrir seus dons, orientando-as em como elas podem ser úteis.
O dom de liderança capacita o crente a
perceber mais facilmente todos os aspectos de uma situação e a propor alvos
para alcançar o objetivo final. Com ideais sólidos, não buscam a glória
pessoal, mas contagia todos com a "CAUSA CELESTIAL". Almeja e busca
harmonia do grupo e admite tranquilamente a impossibilidade de trabalhar
sozinho, delegando tarefas, ele conduz a todos em suas devidas funções.
O líder é capacitado por DEUS para
enxergar com maior clareza desafios, alvos e objetivos a serem seguidos pela
igreja e é dotado para perceber como conduzi-la nessa caminhada dentro dos
parâmetros bíblicos.
CONCLUSÃO
Todos estes dons, misericórdia, hospitalidade
e liderança, se desenvolvem com fortes aspectos pessoais, ainda que esse último
trabalhe primordialmente com a coletividade. Eles servem de apoio para a
ministração da Palavra ao proporcionar às pessoas a compaixão e o afeto divinos
através das pessoas que exercem tais dons. Servem de apoio à ministração da
Palavra (OS PRIMEIROS) e, ao oferecer condições de coordenação geral do povo de
DEUS, mobiliza-os harmoniosamente a perseguirem os alvos pré-estabelecidos. O
líder não pode se esquecer que é conservo dos seus liderados e trabalha
igualmente para catalizar e executar todas as virtudes dos demais irmãos.
APLICAÇÃO
Verifique se você tem as características
descritas nos dons MISERICÓRDIA,
HOSPITALIDADE OU LIDERANÇA. Teste a sua capacidade de desenvolver
trabalhos nos quais as habilidades equivalentes sejam necessárias e analise o
resultado da sua atuação. Pergunte às pessoas próximas a você que lhe
responderão com honestidade se você tem o perfil desses dons. Contudo,
independente de possuir tais dons ou não, procure ser sempre misericordioso
atencioso e acolhedor com o próximo e, à medida da necessidade e das suas
responsabilidades (PAIS, PROFESSOR, OFICIAL, ETC.), exerça a liderança serviçal
no dia-a-dia.
DIÁCONO: LUIZ MARIANO SIQUEIRA
REVISTA NOSSA FÉ
AS CARTAS E OS DONS
LIÇÃO Nº 4 - DONS DE APOIO - 2
SALGUEIRO-PERNAMBUCO 19/05/2017
DIÁCONO: LUIZ MARIANO SIQUEIRA
REVISTA NOSSA FÉ
AS CARTAS E OS DONS
LIÇÃO Nº 4 - DONS DE APOIO - 2
SALGUEIRO-PERNAMBUCO 19/05/2017
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